Como usar a realidade aumentada para otimizar a experiência do usuário

08 outubro, 2018

Smart mirrors, augmented reality | Shopify Retail blogVocê se lembra de quando a realidade aumentada (RA) era coisa de filme de ficção científica? Até poucos anos atrás, a RA chamava a nossa atenção principalmente por ser algo futurista. No entanto, cada vez mais, a RA vem se tornando uma realidade, à medida que marcas de varejo visionárias estão incorporando essa tecnologia à experiência do cliente, tanto na loja física quanto no comércio online.

É bem provável que você já tenha ouvido falar, com mais frequência, no termo realidade virtual. Mas atenção: embora as duas propostas compartilhem de algumas similaridades, são tecnologias distintas com objetivos um pouco diferentes. Enquanto a realidade virtual promove uma experiência imersiva dentro de um ambiente totalmente virtualizado, a realidade aumentada projeta informações como imagens e gráficos ao mundo real.

Através da interação entre um aplicativo de RA que você baixa em seu celular e a câmera do aparelho, um elemento (por exemplo, um código QR, uma imagem ou um objeto) deve ser escaneado, para então ser interpretado pelo aplicativo e apresentar um resultado. Para usuários de smartphones, exemplos bastante conhecidos de realidade aumentada são o jogo Pokémon GO e os filtros do Instagram Stories e do Snapchat.

Em diversos setores, os lojistas vêm integrando a tecnologia de realidade aumentada à experiência na loja física. E há empresas que se especializam na geração de conteúdo para RA. No Brasil, embora o número de empresas que explorem esse mercado ainda seja pequeno, existem histórias de sucesso. Um bom exemplo é a startup GoEpik, que tem conquistado o mercado como provedora de soluções de realidade aumentada para a indústria. A empresa faturou R$ 200 mil reais nos primeiros seis meses de operação, segundo o fundador, Wellington Moscon. No vídeo abaixo, veja como a Renault utiliza a tecnologia aumentada da GoEpik para a formação e o treinamento dos funcionários.

A Beenoculus, normalmente dedicada a projetos de realidade virtual, tem utilizado a realidade aumentada para projetos voltados à área de ensino. Mais especificamente para o varejo, a empresa Realidade Aumentada Brasil desenvolve aplicativos personalizados para empresas que queiram oferecer a seus clientes uma experiência mais imersiva com os produtos que fabricam e comercializam. Assista, no vídeo abaixo, a empresa demonstrando as possíveis aplicações desta tecnologia inovadora:

Sendo assim, os lojistas que adotarem esta tecnologia estarão dando um passo inteligente: especialistas em tendências tecnológicas preveem um grande crescimento das aplicações de realidade aumentada nos próximos anos. Embora boa parte das empresas ainda não faça uso dos recursos da RA, existem marcas de varejo que estão na vanguarda, aproveitando o poder dessa tecnologia e realçando a experiência do cliente.

Para servir de fonte de inspiração para você, este artigo traz exemplos de empresas que exploram o potencial da realidade aumentada para empoderar seus clientes, criar uma experiência de compra mais interativa e dar destaque a seus produtos.

Aprimore a experiência do cliente na loja física

A Lacoste, por exemplo, criou um aplicativo de realidade aumentada para celulares chamado LCST Lacoste, que os clientes podem usar para experimentar sapatos virtualmente. O aplicativo também criou experiências de RA com vitrines, sinalização interna e cartões-postais promocionais.

Com esta tecnologia, a empresa de vestuário pretende engajar um público mais jovem. O aplicativo promoveu a divulgação do modelo de sapato LCST, “o irmão mais novo moderno e descolado da Lacoste.” E o investimento valeu a pena: mais de 30 mil usuários se engajaram com produtos 3D ao utilizar o aplicativo. Com isso, a empresa literalmente colocou a experiência de compra nas mãos dos clientes.

A American Apparel é outra marca de roupa que também ofereceu aos clientes experiências baseadas em aplicativos para celular. A empresa estimulou o engajamento com a sinalização e a vitrine das lojas, a exemplo do que fez a Lacoste.

Essencialmente, o cliente pode abrir o aplicativo e digitalizar a imagem de uma etiqueta de produto, por exemplo. O aplicativo, em seguida, exibe os detalhes do produto, incluindo avaliações de clientes, opções de cores e preços.

Uma outra empresa, por sua vez, incorporou a realidade aumentada nos espelhos em sua loja. A marca de cosméticos Charlotte Tilbury transferiu a RA das mãos dos clientes para o "espelho mágico" na parede ao firmar parceria com a empresa de software e soluções de realidade aumentada para o varejo, aHolition, para a instalação de espelhos com RA em sua loja. Assista, abaixo, o espelho mágico da Charlotte Tilbury em ação:

Os clientes visitam a loja e se sentam em frente ao espelho que, em seguida, usa a realidade aumentada para digitalizar a imagem do rosto. Desta forma, os consumidores podem visualizar a si próprios com dez dos looks icônicos da marca em menos de um minuto, sem precisar usar, fisicamente, nenhuma maquiagem.

As marcas de roupas também têm feito uso de espelhos com realidade aumentada para deixar os clientes experimentarem os produtos de uma forma mais prática. A Timberland, por exemplo, tinha um provador de roupas virtual, criado com a tecnologia Kinect. A empresa transformou este provador em uma das principais vitrines, em uma jogada estratégica para atrair um tráfego maior de pessoas que passam em frente à loja física.

Os clientes se posicionam na frente da câmera e obtêm uma versão virtual de si mesmos em uma tela grande. Em seguida, podem escolher produtos diferentes para experimentar, mesmo sem precisar entrar na loja, e muito menos ter de procurar por seu tamanho de roupas nem entrar em um provador.

A Topshop é outra marca de roupas que usou a tecnologia Kinect para criar provadores virtuais. Ela buscou uma parceria com a AR Door para criar esta experiência e oferecê-la aos clientes na loja de Moscou.

A Lowe's também utiliza a realidade aumentada, aliada à tecnologia de geolocalização, para proporcionar uma experiência diferente para os clientes na loja física, ancorada em um aplicativo para dispositivos móveis, chamado Vision, criado para navegação no interior das lojas. A empresa afirma ser “o primeiro aplicativo de varejo para mapeamento interno de lojas, através da realidade aumentada.”

Usando o Tango AR da Google (uma tecnologia recentemente sucedida pelo Tango ARCore), o laboratório de inovação de produto da Lowe's criou um aplicativo que faz com que a experiência de compra física fique mais fácil e mais rápida. Os clientes podem criar listas de compras no aplicativo, que irá orientá-los através da loja usando a rota mais rápida.

No vídeo a seguir (em inglês), a equipe da Lowe's fala a respeito do lançamento do aplicativo, abordando o processo criativo em cooperação com a equipe desenvolvedora da plataforma Tango e a visão compartilhada por ambos os times em relação ao modo como deveria ser a interação dos usuários com o aplicativo.

 

Esta não é a primeira incursão da Lowe's no campo da realidade aumentada. O aplicativoMeasured oferece aos usuários medições instantâneas das imagens capturadas pela câmera do celular. Este uso doméstico da RA é uma tática bastante estratégica para as marcas de produtos voltados ao setor de produtos para o lar: muitos chefes de família não levam adiante seus projetos de reformas e melhorias porque não conseguem imaginar como os produtos ficarão em sua casa.


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Trazendo a experiência na loja para a casa do consumidor

A realidade aumentada tem provado ser um meio eficaz para trazer a experiência na loja para a vida real, mas em um sentido virtual. Em vez de visitarem uma loja física, a RA permite que os clientes experimentem os produtos e serviços sem sair de casa.

Assim como a Lowe, a marca de produtos de decoração e jardinagemMagnolia Market criou um aplicativo para que os clientes possam ver como os produtos da loja ficarão em sua casa. A empresa firmou parceria com a equipe de realidade aumentada da Shopify para incorporar a tecnologia ARKit da Apple em seu aplicativo.

A introdução dessa tecnologia tem permitido que a marca amplie seu alcance, o que é especialmente estratégico, considerando que ela tem uma única loja física em Waco, no Texas. “Nem todo mundo pode nos visitar pessoalmente, mas, ainda assim, é importante para nós que os clientes que compram pela internet ou pelo celular possam aproveitar as características típicas da experiência na loja física. Com esta tecnologia, os usuários podem ver nossos produtos de perto para examinar os detalhes mais sutis que os tornam especiais e únicos”, explica Stone Crandall, gerente de experiência digital da Magnolia.

Leia mais sobre a Magnolia Market e como tecnologia de RA está mudando a percepção dos consumidores

A Anthropologie também usou a tecnologia ARKit, em parceria com aCVLT, para capturar imagens 3D detalhadas de sua linha de móveis. A empresa desenvolveu um aplicativo que oferece aos compradores a possibilidade de ver, com detalhes e em ângulos diferentes, móveis fabricados com diferentes tecidos, cores e formas. Indo um passo além, o aplicativo também disponibiliza a visualização dos móveis com diferentes opções de iluminação e sombras. Uma outra criação por meio da tecnologia ARKit, o IKEA Place, funciona de forma bastante semelhante.

A fabricante brasileira de tintas Coral lançou um aplicativo muito fácil de usar, o Coral Visualizer, através do qual os consumidores podem visualizar, de antemão, como uma cor específica vai ficar nas paredes de sua casa ou apartamento, sendo necessário apenas posicionar o smartphone em direção à área desejada. O aplicativo está disponível para download para Android e IOS.

Os produtos para o lar não são as únicas experiências de realidade aumentada que os clientes podem aproveitar. A Gap também planeja trazer os provadores para a casa dos clientes com o aplicativo DressingRoom. Esta é uma iniciativa semelhante à da Converse, que lançou um aplicativo para celulares, o Sampler, através do qual os clientes podem experimentar os sapatos virtualmente, de casa, e compartilhar, de forma simples, as imagens com os amigos para que eles opinem sobre os produtos.

O setor de cosméticos e beleza também é perfeito para o uso da realidade aumentada. O aplicativo MakeupGenius da L’Oréal Paris foi baixado no Google Play mais de um milhão de vezes. Com ele, as clientes podem maquiar virtualmente imagens de seu rosto. Assim como na vida real, os usuários podem misturar ou combinar produtos diferentes para criar a aparência estética desejada.

A Sephora também está entrando no campo das experiências com cosméticos baseadas na realidade aumentada. Neste caso, o programa funciona um pouco diferente do aplicativo da L'Oréal: os usuários devem primeiro fazer o upload de uma selfie em cuja imagem possam aplicar a maquiagem. O objetivo final é simplificar o processo de compra e minimizar o número de passos que os usuários precisam seguir para efetuar a compra. Veja uma demonstração no vídeo abaixo.

Incorpore a realidade aumentada ao seu produto

Algumas marcas têm incorporado a realidade aumentada ao produto real, melhorando não só a experiência de compra, mas também a experiência da marca como um todo.

Por exemplo, a Adidas lançou uma linha de tênis que oferece aos clientes a oportunidade de uma vivência doméstica de RA. Depois de comprar e levar o par de tênis para casa, o cliente posiciona o produto diante de uma webcam para a leitura do código incorporado à língua do tênis. A partir daí, o cliente entra em um mundo virtual, no qual pode navegar usando o tênis como um controle.

Mas esta não é a primeira incursão da Adidas na realidade aumentada. A empresa já havia feito uso da tecnologia em campanhas de marketing e em um projeto de design de camisetas.

Já para a cervejaria artesanal brasileira Leuven, além do caráter informativo sobre o produto, a implantação da tecnologia de realidade aumentada nos rótulos teve também um propósito lúdico de entreter o consumidor com o uso de animações com figuras medievais. 

Uma candidata improvável ao uso da RA, a BIC tinha em vista os clientes mais jovens ao lançar o livro de colorir BIC Kids DrawyBook. As crianças colorem os desenhos, que então ganham vida em um tablet através da realidade aumentada.

Para conseguir incorporar a realidade aumentada ao seu produto, você terá de dispor de um certo capital, pela necessidade de pesquisa e desenvolvimento e de investimento em estoque. Por isso, talvez seja uma boa ideia testar o terreno com uma iniciativa de RA mais simples para que você tenha certeza de que essa tecnologia será bem-aceita por seu mercado alvo.

Destaque-se e aumente o reconhecimento da marca

Alguns lojistas têm tido uma abordagem mais inovadora para a realidade aumentada, usando a tecnologia para despertar curiosidade nas pessoas e, assim, aumentar o reconhecimento da marca.

A Moosejaw, uma loja de roupas e equipamentos para esportes ao ar livre, introduziu a tecnologia de RA para uso dos clientes em casa, em conjunto com os catálogos impressos. O principal objetivo foi o de encantar os clientes existentes com o aplicativo móvel Sweaty & Wet. Como você pode imaginar, o aplicativo gerou bastante polêmica: permitia aos clientes digitalizar as imagens do catálogo e visualizar uma imagem em raios-X das modelos em roupas íntimas. Independentemente de ser julgado como uma tática de bom ou mau gosto, o aplicativo teve cerca de 250.000 downloads e um aumento de 37% nas vendas.

A grife de roupas RIXO London também proporcionou aos clientes uma experiência doméstica com realidade aumentada. Considerando-se que os desfiles de moda não são acessíveis à população em geral, a Rixo London trouxe os desfiles para as casas dos clientes. 

No entanto, um dos exemplos mais criativos de RA no varejo é a loja sazonal “invisível” da Airwalk. Com geolocalização e realidade aumentada, a empresa criou uma loja sazonal virtual para promover o relançamento da edição limitada do tênis Airwalk Jim. Essa experiência integrada de RA e geolocalizaçãoé ilustrada no vídeo a seguir (em inglês).

Como o orçamento de marketing era pequeno, a campanha contou com blogueiros para ajudar na divulgação; no dia 6 de novembro de 2010, as lojas ficaram abertas por um dia. Para comprar o Jim, as pessoas tinham de estar no local certo, fazer o download do aplicativo GoldRun, procurar a loja, encontrar o tênis e comprá-lo. 

Além de oferecer aos consumidores uma experiência de compra original e divertida, a loja sazonal angariou US$ 5 milhões emearned media, ou seja, divulgação espontânea da marca, e a loja de comércio eletrônico teve o fim de semana mais movimentado de sua história.

Considere o potencial da realidade aumentada para o seu negócio

A realidade aumentada está se tornando uma ferramenta tecnológica essencial para o varejo, conforme mostramos nos diversos exemplos inspiradores acima.

Você conhece alguma marca que tenha incorporado a realidade aumentada às experiências dos clientes? Qual? Que táticas você gostaria de experimentar em sua própria loja? Compartilhe suas opiniões e experiências com a gente!


Which method is right for you?Sobre a autora

Gabriela Jungblut é editora-chefe do blog da Shopify em português, gestora de marketing de conteúdo para o mercado brasileiro, tradutora e intérprete de conferências.

Post original em inglês: Alexandra Sheehan

Tradução e localização: Armando Silveiro

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