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Nó no estômago. O coração acelera à medida que você pensa em tudo de pior que pode acontecer.
Essas sensações têm um nome, medo, e nossos instintos gritam para que o evitemos a qualquer custo.
Por mais irracional e bobo que pareça nos outros, o medo é um personagem que temos que enfrentar frequentemente na vida.
Porém, artistas, empreendedores e ambiciosos são as pessoas que mais precisam aprender a viver com medo para ir além, justamente porque escolheram seguir caminhos e objetivos incertos.
No final das contas, o que mais assusta no medo não é o que ele nos faz sentir, mas como ele nos manipula a renegar as coisas que mais queremos na vida.
Para muitos neurocientistas, medo é o estado fisiológico de um determinado circuito neural na amígdala que define a nossa resposta a ameaças.
Entretanto, a forma como experimentamos o medo é uma resposta emocional negativa ao perigo percebido, que nos afeta tanto física (aumento da frequência cardíaca e respiratória) quanto mentalmente (expectativa por um possível resultado indesejável). Em termos fisiológicos, o medo de falar em público é sentido de forma muito semelhante ao medo de ser atropelado.
O medo serve para nos proteger do perigo e preservar o nosso bem-estar.
No entanto, quando não está nos protegendo de fato, o medo vira um obstáculo. Em pesquisa recente (disponível apenas em inglês) realizada com os nossos leitores, o medo ficou apenas atrás de “conhecimentos sobre marketing” quando perguntamos o motivo que quase os impediu de emplacar a primeira venda bem-sucedida. Veja os resultados no gráfico abaixo (em inglês).
Tinha medo de lançar o meu site, não sabia se ele estava ruim ou não.
“Medo” é apenas a palavra que usamos para traduzir um sentimento que varia muito em intensidade, duração e irracionalidade, e que pode ser acionado por diversos gatilhos.
Para entendê-lo, vamos subdividi-lo nas cinco categorias descritas pelo Dr. Karl Albrecht no livro Inteligência prática:
Cada tipo de medo está relacionado às nossas necessidades humanas, mas as últimas três categorias talvez sejam as mais predominantes em aspirantes a empreendedores.
Você tem medo de se comprometer com um novo empreendimento e, com isso, de perder a sua liberdade? Você teme que ser bem-sucedido envolva perder a vida que você leva hoje ou se distanciar do seu atual círculo de amigos e familiares? Você tem medo da vergonha que sentirá caso fracasse?
Só você tem a resposta para essas perguntas, afinal, o medo é algo muito pessoal. Embora a tendência para ser medroso ou ansioso possa ser genética, ela é acionada pelas experiências e ambientes em que vivemos (ou seja, fobias ou medos crônicos com gatilhos específicos).
No entanto, o medo também pode ser o elemento que define o que é um empreendedor.
Você provavelmente já ouviu falar da reação instintiva de lutar ou fugir, que nos acomete quando nos deparamos com uma situação estressante. Embora pareça que só existem duas soluções possíveis (enfrentar ou evitar), há uma terceira opção a qual recorremos algumas vezes: a inércia.
Em animais (os gambás, por exemplo), esse instinto pode ser justificado como uma forma de se “fingir de morto” em face ao perigo. Nos humanos, isso se traduz em inação ou indecisão, que pode ser confundida com a boa e velha procrastinação.
O medo do fracasso surge nos empreendedores quando eles avaliam as ameaças em situações em que podem sair perdendo. Esses episódios ressuscitam a sensação de falhar ou as consequências acarretadas por equívocos passados.
No entanto, isso pode levar a uma das três reações abaixo:
Você se torna um empreendedor quando escolhe lutar, ou seja, quando busca assumir as rédeas do seu destino quando confrontado por uma perspectiva de fracasso.
Percebi que esse é um assunto recorrente nas conversas que tive com vários empreendedores. Eles muitas vezes experimentam um senso de urgência decorrente do medo: medo de ser o último a emplacar uma venda, medo de jogar fora todo o esforço investido ao desistir, medo de não conseguir pagar as contas, medo de nunca atingir seu pleno potencial.
Para esses empreendedores, o medo não é mais um inimigo, mas um concorrente, que rouba suas horas de sono, mas que também o motiva a sair da cama todas as manhãs.
“Quanto mais medo tivermos de um trabalho ou missão, mais certeza temos de que devemos fazê-lo."
O medo do fracasso faz todo sentido. Dá para entender por que alguém não quer errar e ficar mal na frente de todo mundo.
Porém, nunca falamos o suficiente sobre o medo do sucesso. Segundo dois estudos com jovens adultos realizados pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada de Portugal, boa parte desse receio vem da antecipação do desconforto e da mudança radical decorrentes do sucesso sem precedentes.
A simples perspectiva de passar por mudanças incômodas pode gerar ansiedade em pessoas determinadas, fazendo com que elas “desacelerem” a busca por suas conquistas.
Os estudos também revelaram que os níveis de ansiedade foram particularmente acentuados nos entrevistados de origens socioeconômicas desfavorecidas, que antecipam uma perda drástica de sua cultura e senso de comunidade com o advento do sucesso, ou que não sabem o que acontecerá com eles caso o sucesso os obrigue a deixar o papel que a sociedade sempre esperou que eles preenchessem.
Substitua o “Eu não sei” por “Eu ainda não sei”.
Mergulhar, fazer bungee jump, escalar montanhas... Qualquer um ficaria assustado de praticar essas atividades, exceto quem é profissional dessas áreas.
Isso se deve porque o profissional está familiarizado com os prós, contras e consequências do processo envolvido nessas atividades.
Nós desenvolvemos atitudes perante determinados objetos e atividades com base nas experiências que já tivemos com eles. Quando não há experiência anterior, só nos resta idealizar e, por vezes, quando o nível de desconhecimento sobre uma atividade é particularmente alto, nossa primeira reação é o medo e a aversão.
O empreendedorismo nos obriga a assumir funções que nem sempre nos caem bem.
Porém, é importante admitir o que você conhece e domina sem subestimar sua capacidade de aprender ou terceirizar o que você não sabe fazer. Afinal, quem veio antes de você provavelmente passou pelos mesmos problemas.
Nenhum negócio ou empreendimento bem-sucedido foi construído dentro de zonas de conforto.
O comediante que arranca gargalhadas e milhares de curtidas nas redes sociais teve que aprender a trabalhar com a publicidade paga do Facebook para aumentar seu alcance. O artesão que entende tudo de velas perfumadas teve que aprender um pouco sobre otimização da taxa de conversão. Ninguém é bom em tudo e isso não é um problema, já que os empreendedores vêm de todos os lugares e origens.
Vivemos em um mundo conectado pela internet, que se desenvolve ao ajudar cada vez mais pessoas a resolver seus problemas com plataformas como Quora, Reddit e os grupos do Facebook, sem contar o Google e o próprio blog da Shopify.
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Ninguém é “destemido”. O ser humano aprende a lidar com seus medos até que eles deixem de incomodá-lo.
É muito mais fácil falar para alguém enfrentar os próprios medos do que realmente fazê-lo. O medo é uma resposta fisiológica e, por vezes, pode exigir um pouco mais que apenas a força de vontade para ser superado.
A respiração acelerada é um dos sintomas mais visíveis do medo. Cientistas descobriram que inalar rapidamente (que é o que fazemos quando nos sentimos coagidos) melhora a recuperação da memória e os tempos de resposta, que podem ser úteis quando nos deparamos com uma ameaça.
Mas quando não há ameaças plausíveis, podemos aproveitar a respiraçãoconsciente e profunda para dissolver o medo e a ansiedade. Essa técnica é o segredo da meditação mindfulness que, além de controlar a respiração, nos ajuda a encarar nossas emoções e pensamentos como experiências passageiras.
Aplicativos como o Headspace ou o Stop, Breathe, Think (gratuito) podem orientá-lo na prática da meditação mindfulness, ajudando você a desacelerar um pouco todos os dias ou sempre que precisar.
O medo é inerente ao empreendedorismo porque a incerteza, o risco e o destaque muitas vezes também o são.
Por outro lado, o medo também acende uma chama que alimenta as nossas ambições, como o medo do arrependimento, de uma vida mal vivida ou de um potencial subaproveitado. Não nego que o medo já me impediu de fazer algumas coisas, mas ele também me leva a realizar os meus maiores sonhos.
É interessante ver que todas as histórias dos empreendedores que entrevistei têm um ponto em comum. Antes de seus negócios deslancharem, todos se viram cara a cara com o mesmo dilema: de um lado, lá estavam eles. Do outro, tudo o que eles mais desejavam no mundo.
Sobre a autora
Gabriela Jungblut é editora-chefe do blog da Shopify em português, gestora de marketing de conteúdo para o mercado brasileiro, tradutora e intérprete de conferências.
Post original em inglês: Braveen Kumar
Tradução e localização: Carolina Walliter
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