Mulheres e empreendedorismo digital: uma relação cada vez mais forte

22 abril, 2019

A relação entre mulheres e empreendedorismo digital vem se estreitando cada vez mais: em todo o país, novas donas de negócio aproveitam o avanço das tecnologias para investir em suas ideias e ocupar um espaço ainda maior nesse mercado promissor. Prova disso são pesquisas e estudos que demonstram o crescimento do número de mulheres empreendedoras no Brasil.

De acordo com o Relatório do Empreendedorismo no Brasil 2017, publicado pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), cerca de 24 milhões de mulheres empreendem no país, enquanto o número de homens empreendedores chega a quase 26 milhões. Embora as mulheres não estejam à frente no índice total, são maioria quando se trata de empreendimentos iniciais.

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O estudo mostra que 14,2 milhões de mulheres têm negócios em estágio inicial, em comparação a 13,3 milhões de homens com empresas nessa mesma fase. E entre as mulheres, grande parte buscou formalizar o negócio se cadastrando como MEIs (micro empreendedoras individuais), uma forma de se manter em dia com a legislação de forma menos burocrática e onerosa.

Conforme um levantamento feito pelo Sebrae Minas, em 2013, apenas 1,3 milhão de mulheres estavam cadastradas como MEIs. Em 2018, esse índice aumentou para 3 milhões, um crescimento de 124% no número de mulheres empreendedoras com seus pequenos negócios formalizados no país. No total, 48% dos MEIs são mulheres.

E se o índice de mulheres abrindo novas empresas é significativo em diversos setores da economia, quando se trata de empreendedorismo digital não é diferente. Segundo um estudo divulgado pela Nuvem Shop, em 2017, 50,3% dos empreendedores no e-commerce eram mulheres. Um ano depois, esse índice subiu para 57,6%, representando um crescimento de 15% no período.

Quem são as mulheres empreendedoras no e-commerce

O Censo do Micro e Pequeno Empreendedor Virtual, publicado pela empresa Loja Integrada, mostra quem são as mulheres no e-commerce. De acordo com o estudo, a maioria das empreendedoras do comércio eletrônico (43%) tem idade entre 20 e 29 anos e 53% delas contam com ensino superior completo, enquanto 23% não concluíram a graduação. Além disso, 51% são casadas e 45% têm filhos.

Historicamente, as mulheres sempre buscaram alternativas para complementar a renda. Exemplos disso são as vendas diretas, feitas de porta em porta oferecendo roupas e produtos de beleza, e a adesão ao setor de serviços, como as atividades de manicure e cabeleireira. O e-commerce, portanto, surgiu como apenas mais uma forma de empreender, o que facilitou e abriu caminhos para que muitas outras pudessem tirar seus sonhos do papel.

Entre as entrevistadas, 52% disseram ter a loja online há menos de um ano e 46% das mulheres no e-commerce conciliam o próprio negócio com outro emprego. Para abrir a empresa, pouco mais da metade, 56%, investiram R$ 1 mil, um valor relativamente baixo. Segundo o levantamento, a maioria das empreendedoras desse segmento é das classes C (28%), D (27%) e E (18%).

Sobre isso, inclusive, ainda hoje as mulheres têm mais dificuldade em conseguir grandes investimentos para abrir as portas de um novo negócio. Nesse sentido, o e-commerce é uma alternativa que permite, a um custo relativamente inferior, a concretização de suas iniciativas.

Ainda de acordo com o Censo, o desejo de ter a própria empresa é a principal motivação para as mulheres que empreendem no comércio eletrônico. Em seguida, estão a necessidade de ganhar mais dinheiro e a identificação com um nicho de mercado. Outro dado interessante demonstra que 71% das entrevistadas estão mais felizes após a abertura do negócio. Para elas, os principais benefícios são a liberdade, o tempo e o aumento da autoestima.

Mulheres e empreendedorismo digital: relação vantajosa para quem empreende

Além da entrada crescente das mulheres no empreendedorismo digital ser positiva tanto para essas novas empresárias como para o mercado, esse movimento também demonstra que o comércio eletrônico pode ser uma forma das mulheres superarem desafios impostos pelo mercado tradicional. A pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2016 mostra que 48% das mulheres empreendem por necessidade, enquanto apenas 37% dos homens dizem o mesmo.

A necessidade de complementar a renda, citada pelas entrevistadas no estudo como um dos motivos pelos quais optaram por abrir a própria loja online, por exemplo, pode ser satisfeita com a abertura de um negócio paralelo ao emprego e que não exige dedicação integral. Prova disso é que apenas 36% das entrevistadas atuam apenas na loja online que abriram, enquanto 30% gastam até 3 horas diárias com o negócio e 20% dedicam de 5 a 8 horas com a empresa.

A maternidade também acaba sendo um motivador, por opção ou não, para as mulheres que empreendem. Segundo estudo realizado pela Catho em 2016, 28% das mulheres já abriram mão do emprego que tinham após terem filhos. Enquanto algumas fazem isso por decisão própria, outras não têm oportunidades para voltar ao antigo trabalho.

De acordo com o mesmo levantamento, 21% das mulheres levam mais de três anos para voltarem a ter uma vida profissional após a chegada dos filhos. Para os homens, esse índice é de 2%. Por outro lado, o retorno ao trabalho em menos de seis meses ocorre com 49% dos homens e com apenas 13% das mulheres entrevistadas.

O distanciamento com o mercado de trabalho tradicional após a maternidade acaba fazendo do empreendedorismo uma solução para as mulheres que precisam de renda e de tempo para cuidar dos filhos. Segundo pesquisa da Rede Mulher Empreendedora, 75% das mulheres empreendedoras decidem abrir uma empresa após a maternidade. Esse índice é ainda maior na classe C, chegando a 83%.

Como vimos, a relação entre mulheres e empreendedorismo digital tem crescido cada vez mais! Seja por necessidade, seja pelo desejo de ter mais tempo e liberdade de trabalhar com o que se identifica, esse nicho tem se mostrado uma escolha recorrente do público feminino.

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